Você já deve ter ouvido falar sobre Outubro Rosa e visto as milhares de campanhas feitas em prol da prevenção ao câncer de mama. Estamos falando sobre uma campanha mundial criada com o intuito de conscientizar e alertar mulheres, sobre os riscos da doença. É um mês carregado de consciência e empatia, isso porque o cuidado consigo mesma e acesso a informação da saúde da mulher são mais reforçados nesse período.
O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres e de acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), a doença ocupa a primeira posição em mortalidade por câncer entre as mulheres no Brasil.
Conscientizar é um papel muito importante. Mas, você já pensou por outro viés? Falamos sempre sobre prevenção e nem sempre conseguimos imaginar como é a vida daquelas que passam ou já passaram pela doença.
Ter um ponto de encontro PROGRAM em cada lugar do Brasil, nos dá o privilégio de conhecer diversas histórias de mulheres fortes e sonhadoras. Decidimos então, convidar algumas delas para contar suas histórias de superação mas também, de muita batalha.
No Nordeste do Brasil, em Pernambuco, conhecemos a Rosangela, de 63 anos e 2° Tenente da Aeronáutica, cliente PROGRAM há 2 anos. Em 2012, Rosangela descobriu seu primeiro câncer através de uma mancha que inicialmente acreditava ser hormonal e, através de uma biopsia, descobriu além desse, mais três pontos cancerígenos. Na época, Rosangela fez quimioterapia, radioterapia e se curou.
Até que neste ano de 2022, através de um autoexame, sentiu um caroço na outra mama. Ele já tinha mais os menos o tamanho de um limão.
“Chamei uma amiga para me confirmar que também sentia no toque. E sim, ela sentiu.”
Doze anos após o primeiro tumor, Rosangela enfrenta toda a batalha novamente. Após diversas complicações de saúde, em setembro deste ano, os médicos decidiram embarcar direto para a cirurgia. Devido ao rápido diagnóstico, não foi necessária a retirada do seio.
Com muita emoção, Rosangela aconselha:
“Não deixem de fazer os exames! É uma prova que passei que não desejo a ninguém. Deus foi muito bom! Meus filhos me apoiam e dizem que, de cabeça erguida, iremos seguir em frente novamente!”
Em seguinda, conversamos sobre autoestima, uma das grandes dificuldades das pacientes durante o tratamento e Rosangela nos contou uma história pra lá de emocionante:
“Foi um processo para me aceitar. Da primeira vez que tive, minha filha comprou perucas para mim e decidimos dar um passeio para ver como eu me sentia. Passeando, ela me questionou por que eu andava tão dura. Eu estava com medo da peruca cair da minha cabeça; estava agoniada.
Em um momento, decidi ir ao banheiro e para minha surpresa, haviam duas mulheres carecas no espelho, não pude deixar de olhar. Elas logo me disseram que tiveram câncer de útero, se justificando. Só consegui dizer que elas eram super jovens, mas não consegui tirar os olhos. Até que me questionaram por que eu continuava as observando. Tirei a peruca da cabeça e disse: Eu tenho câncer de mama.”
Após esse momento, Rosangela ouviu a frase que mudaria seu olhar sobre si mesma:
“Uma das moças me disse: A senhora é muito bonita careca!”
Contei de todo o meu incomodo com a peruca e elas tiveram uma ideia incrível. Uma saiu pelo shopping e voltou colocando brincos lindos na minha orelha, enquanto a outra me maquiava. Terminaram e me disseram: Agora vamos passear pelo shopping!
Quando encontrei minha filha, ela estava em uma praça de alimentação movimentada e me perguntou surpresa: Cadê a peruca, mãe? Eu respondi que estava dentro da bolsa. Todos em volta aplaudiram.
Hoje mudei completamente a minha visão. Não temos que ter vergonha e viver se escondendo. Nessas situações, temos que levantar a cabeça e seguir em frente!”
Atualmente, Rosângela está em recuperação da recente cirurgia e evoluindo bem. O futuro é quimioterapia.

Embarcando para São Paulo, mais precisamente na região Sudoeste, em Taboão da Serra, conhecemos a Maria Valquíria, de 63 anos e cliente PROGRAM há 2 anos. Mulher do lar, a chamamos carinhosamente de Val durante a nossa conversa.
Val descobriu o câncer de mama em 1998, fez um quadrante e retirou parte do seio. Fez quimioterapia, radioterapia, tomou medicação durante 6 anos e ficou bem durante 11 anos, fazendo acompanhamento anual.
Em nossa conversa, Val desabafa:
“Bate uma tristeza muito grande. Logo que recebi a noticia, achei que ia morrer!”
Até que em 2010, assim como a Rosangela de Pernambuco, Val descobriu o câncer novamente, a diferença é que era no mesmo seio. Neste ano, Val teve que fazer uma cirurgia mais severa, retirando a mama por completo.
Perguntamos qual conselho ela poderia dar as mulheres que nos acompanham:
“Façam o autoexame, foi através dele que descobri o meu câncer. Estava tomando banho e senti o nódulo. Logo marquei ginecologista e através de um ultrassom, descobrimos o tumor. A partir dali já fui diretamente encaminhada ao mastologista.”
Conversamos também sobre autoestima, superação e retomada da rotina da vida…
Devido as burocracias do Sistema Público de Saúde do Brasil, Val permanece na fila para reconstituição do seio, mas ainda não obteve sucesso.
“Logo que descobri fiquei muito deprimida. Não tinha vontade de me arrumar. Foi depois de muito tempo que consegui me reerguer. A quimioterapia é muito triste. Quando vi meu cabelo caindo, parecia que meu mundo tinha acabado. Mas passa, precisa ter força! Graças a Deus, tudo tem seu tempo. Tive muito apoio da minha família e amigos, isso que me fez seguir em frente! Hoje aguardo pela minha sonhada cirurgia”
Para quem já possui o diagnostico da doença, Val aconselha:
“Sei que é um momento muito difícil, sofremos bastante. Mas o melhor é seguir o tratamento certinho, você ficará bem!”
Hoje, depois de todo o processo, Val continua fazendo seus exames de precaução e possui diagnóstico de cura.

Por coincidência, na mesma cidade também conhecemos a Odete Rodrigues, de 60 anos.
Odete já possuía histórico de câncer de mama na família, uma de suas irmãs já havia recebido o diagnóstico há uns meses atrás. Por isso, regularmente Odete fazia seus exames periódicos e o últimos foram feitos há apenas 6 meses e estavam todos normais, até que suspeitou de uma mancha no seio e decidiu ir à ginecologista. A médica acreditava ser uma mancha senil, comum na terceira idade. Por precaução, decidiram fazer exames e a mancha que existia no seio esquerdo realmente era característica da sua fase de vida. Mas, para sua triste surpresa, no seio direito, um tumor apareceu.
“Deu pra ver no mesmo momento através da tela do ultrassom. Entrei em pânico!”
O próximo passo foi o encaminhamento ao mastologista e através de uma biopsia, o diagnóstico veio positivo. A partir daí os processos para a cirurgia e sessões de quimioterapia foram acontecendo, no total, foram16 sessões. Em nossa conversa, Odete relatou a atitude da médica diante do diagnóstico.
“No dia do diagnóstico, quando a ginecologista começou a olhar os papéis com vários nomes, ali eu já sabia que tinha algo de errado, o que fiz foi entregar nas mãos de Deus. A médica pegou na minha mão e disse: Aconteça o que acontecer, você não vai abaixar a cabeça. Você vai ficar bem!”
No exame de Odete, apareceu apenas um nódulo. Mas infelizmente, durante a cirurgia foram descobertos mais quatro nódulos na axila, um deles já estava bem avançado, concluindo um quadro de metástase – formação de uma nova lesão tumoral a partir de outra.
Durante a nossa conversa, Odete nos reforçou a importância da prevenção:
“Eu sempre via campanhas de prevenção e não dava muita importância, mas a vida nos surpreende! Por isso, hoje aconselho a todas que não deixem de fazer o exame preventivo anualmente”
Relembrando o processo, com muita emoção, Odete relata a importância do apoio familiar e amigos próximos.
“Parece que o chão some, fiquei muito abalada. Mas Deus me ajudou! Eu olhava para a minha família e pensava que eles precisavam de mim. Então fiz tudo por eles, deles veio a minha força! Os irmãos da igreja também fizeram corrente de oração, e é muito gratificante saber quem são os amigos de verdade”
Partimos para o assunto de autoestima como já falado acima, um dos grandes obstáculos enfrentados pelas pacientes.
“O tratamento deixa a gente muito mal, então sentia vontade me arrumar para me sentir bem. O cabelo cai junto com sobrancelha, cílios… Então vestir uma roupa legal faz a diferença para nos sentirmos melhor!”
Com muita emoção, agora da nossa parte como equipe, ouvimos Odete relatar seu sentimento com a PROGRAM.
“A PROGRAM foi a marca que me ajudou quando precisei. Eu já tinha desistido de encontrar algo que me sentisse bem, e lá encontrei o que precisava. Sempre falo para as meninas da loja que elas me ajudaram muito. A gente sai leve da loja!”
Voltamos a falar da sua história e Odete nos contou como está a sua vida atualmente.
“Depois da doença não consegui voltar a trabalhar e mesmo em casa ainda têm coisas que não consigo fazer. O tratamento é cansativo, mas tenho que seguir! Com ajuda de Deus e da família estou levando a vida! Deus foi maravilhoso comigo, até os médicos se surpreenderam”
Hoje Odete está na fase de sessões de radioterapia e deixa um alerta a todas que receberam o temido diagnostico:
“A tristeza nos derruba. Então erga a cabeça e sempre pense que você ficará bem, tenha fé!”

Sabemos que existem milhares de histórias de superação com essas que contamos. Escolhemos três, apenas para ilustrar a vitória de várias mulheres. A conscientização tem um papel fundamental para o rápido diagnóstico da doença, o que faz grande diferença no tratamento. As chances de cura para cada caso tem relação direta com o diagnóstico precoce.
A intenção da Rosangela, Val e Odete, assim como nós da PROGRAM, é alertar você mulher, para que não se esqueça de olhar para si mesma. Para nós, foi uma honra ouvir histórias e participar um pouco da vida de cada uma dessas mulheres.
São histórias de batalha e de luta, mas também muita superação.
Queremos agradecer a elas por nos permitirem compartilhar seus relatos mas, acima de tudo, desejar muita saúde a cada mulher que nos lê.
Lembrem-se: Cuidar da sua saúde também é uma forma valiosa de celebrar a vida!
O diagnostico infelizmente não é uma escolha, mas como lidar com ele, sim.
Não abandone o autocuidado, PREVINA-SE!
